Barão von Cardoso no seu melhor!
Enjoy!
...um blog sobre o Jet Set Musical Português
O primeiro vídeo de Fralães tem como actores principais Mestre e Feliz em plena jogatina de cartas.
(Nestes dias aprendemos um jogo muito giro, bom para jogarmos quando estivermos todos juntos outra vez - agora, que as tropas já se começam a reunir.)
Espero que gostem,
Feliz
Antes de partir para o teatro, assistimos ainda a uma cena doméstica de rejeição, quando o JP recusou dar boleia à já para nós famosa Verónica. Perguntem-se porquê...? O JP afirma que "já estávamos atrasados"... Talvez sim, realmente já estávamos no carro, prontos a sair... Mas, cá para mim, havia no JP o receio de ficar de novo sem pequeno-almoço... No fim, não houve pequeno-almoço (não esqueçamos que todos os cantores iriam estar no ensaio, e, já atrasado, não havia outra hipótese senão "pequeno-almoçar" por lá...).
Eu e a Catarina ainda tivémos de esperar um pouco para poder entrar no teatro. O alto gabarito dos participantes exigia um ensaio à porta fechada. Enquanto isso, a nossa curiosidade ia sendo aguçada por tão importante evento, como por tais prestigiadas personagens. O maestro lá abriu uma excepção para nós e, quietinhos e caladinhos, muito bons meninos, lá nos fomos sentar na plateia, em silêncio escrupuloso.
O ensaio começou pela Abertura da ópera. A orquestra (a qual, por generosa cautela, não verá o seu nome por mim revelado) começou a tocar, sobre a direcção de um (ainda) calmo maestro. Provavelmente, cada naipe teria a sua versão em tonalidades diferentes... O efeito, inacreditavelmente fantástico!, foi parecido ao do naipe dos violinos de uma outra orquestra bem nossa conhecida, que anda por Lisboa a espalhar a magia das suas interpretações de Mozart. Desta vez, contudo, todo o grupo participava na brincadeira! O maestro, coitado, lá esbracejava como podia...
Eis que, acabado o sofrimento, o JP entrou em palco... E, logo a seguir...
...
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... a Verónica! O seu papel era o de irmão do rei JP Xerxes... Vinha de azul, calças de ganga, ora claro!, para fazer de homem. A sua voz, como dizer...?, é especial... No entanto, ainda nenhum compositor fez um papel que lhe assente perfeitamente... É uma falha na História da Música que eu deixo aqui revelada. Ela bem se vai adaptando, aliás a sua auto-intitulada voz de soprano dramatico permite-lhe uma grande flexibilidade de papéis, bem como os seus exímios dotes para a representação (até faz de homem!)... Mas o ideal (e deixo aqui a ideia, sem copyright, para eventuais compositores interessados) era um papel de morta-viva! Aí sim, teríamos o seu brilhantismo clara e inequivocamente revelado!
Obviamente, eu e a Catarina estávamos caladíssimos, sem esboçar qualquer tipo de sorriso irónico ou leve gracejo, quanto mais uma gargalhada escondida... Não!... Nós apenas observávamos, como seria de esperar... Vá lá, falávamos um bocadinho, MUITO discretamente...
Nesse bocadinho, fomos inventando um pouco... À nossa frente, a encenadora e uma senhora vestida ao estilo "Ana Malhoa hightec", que depois viemos a saber ser a mulher do maestro, fofocavam animadamente, prestando sempre uma notória e preocupada atenção ao que se passava no palco. Uns senhores que passavam, moderadamente atarefados, tiveram logo historial definido. Basicamente, havia um que era o guarda-costas do rei Xerxes, mais um que era o especialista em artes marciais, enfim... Havia ainda o Valério, o cravista gay que se atirou com piropos ao King-Singer, mas que para nós podia ser qualquer um que se passeasse com ar de engate por aquele teatro...
Outro momento alto da manhã foi a entrada em cena da "princesa canja", a amada tanto do rei JP Xerxes, como do seu irmão "Verónica". Fora de cena, esta princesa não só era a melhor amiga de Verónica, como ainda partilhava dos seus talentosos dons de representação. Por causa deste bom número de mulheres em palco, e seguindo a tendência natural da música do nosso tempo, a Catarina idealizou, com a minha aprovação, que o primeiro disco do JP será intitulado "Jean-Pierre - baladas de amor". Mas para isto ele vai ter de rever alguma da sua técnica vocal, porque "é muito bicudo", segundo a professora da masterclass... As baladas de amor requerem talvez um pouco mais de arredondamento...
Com tanta boa disposição, ainda houve tempo para um dos violinistas mandar uma piada que não ouvimos, possivelmente sobre a sua forma de tocar o instrumento que tinha em mãos... Foi prontamente apelidado de Perlman! Um outro que praticou um solo virtuoso no intervalo de descanso foi intitulado o Paganini de serviço! Pena é que só soubesse mesmo fazer solos virtuosos, a parte de orquestra, essa, é que era pior...
E logo acabou o ensaio... A Verónica, possivelmente impulsionada pela sua assaz brilhante prestação, veio logo a correr, gritando ao longe "João Pedro! João Pedro!", para pedir boleia. É claro que ele aceitou, com alguma ajuda... No entanto, coitada, foi almoçar sozinha, porque nós "temos que ir fazer as malas, e tal,... tchau". Acabámos por ter mesmo de ir à cantina do campus, sentar-nos na mesa dos cantores, mas não foi trágico. Pelo menos não tão trágico como comer o "arroz de cenas" que nos foi servido...
A tarde foi passada a tentar perceber em que comboio vínhamos, por motivos variados... Já nele, tivemos a ideia de criar este blog! Digam lá que não vínhamos inspirados? ;P
(end of story)!
Duarte