sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Crónicas da Nhanhya (Capítulo Terceiro)

Cá estou eu de volta!
Peço desculpa pela demora desta parte terceira, mas ultimamente, ao que parece, as partes terceiras tendem a demorar! ;P

O que é que se tem passado? Depois da fabulosa prestação frente ao soberaníssimo júri do Conservatório de Paris (que aproveito para informar que me mandou alla fave), digna de um grande José Bonzão ou até de um grande Toni, tenho andado a passear... Enfim, vidas difíceis...

E tenho constatado as mais diversas coisas, hoje deixando-vos com algumas delas, e aproveitando para assim também delas não me esquecer:

-1- Os franceses são uns porcalhões de primeira!

-2- Taparam o, vá lá..., lado íntimo da Torre Eiffel... Obras, restauro? Pudor quasi-evangélico? Discorrerei sobre isto mais tarde...

-3- Lembram-se decerto de vos contar que no Verão há grupos de chinocas a assaltar violentamente as carteiras sedentas das pessoas que esperam torridamente para subir à Torre Eiffel? Pois bem... Mas agora é Inverno, ninguém tem sede... Logo os chinocas foram, sei lá, para o Brasil, não sei... O certo é que saem uns e entram outros, e desta vez tive o prazer de encontrar um bando de pseudo-cigano-mexicano-turcos que vendem miniaturas da Torre Eiffel, todas iguais, ao longo de quase todo o percurso entre o Trocadéro e a dita. Mas atenção, as estátuas se não são iguais, são parecidas... E eles, bom, fiz as contas à vista, mas devem ser para aí duzentos... Precisam talvez de aulas de Marketing...
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-4- Paris é rica em franceses e em artistas de metro! E quando digo de metro, não quero dizer que eles só estejam no metro! No metro já encontrei dois guitarristas a tocar e cantar Gipsy Kings, violinistas, uma orquestra de cordas a tocar Vivaldi (!), uma marroquina a cantar e a dar às maracas, ucranianos a cantar danças húngaras... Enfim... Mas fora do metro, a riqueza é notável... Tão notável que nos leva ao
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-5- Ia eu descansado da vida a passear pelo Quai Voltaire, já com vista para Nôtre-Dame, quando um curioso cidadão com aspecto árabe (vulgo orquestra de sopros) se aproximou de mim com uma aliança vinda mais ao menos do chão, a perguntar se era minha. Eu lá lhe ia dizendo que não, mas o homem não descolava porque me via com ar de turista, já que eu andava com um mapa na mão. Entretanto, por entre os espantados "Luck! Luck!" dele, e dando-me a aliança quase com pompa de rei, deu-me dois beijos alla française e virou costas... Passados três segundos, voltou atrás, pediu a aliança, pediu um euro, pediu dois euros e foi-se embora, fazer o mesmo "truque" com um francês apressado que o mandou dar uma volta ao Sena (em Português Vicentino).

Para mais notícias, aguardem!

O emigrante temporário,
Soneca

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Crónicas da Nhanhya (Intermezzo 2/3)

Seulement para informar (nomeadamente o Atchim e o Mestre) que vou neste momento a caminho do Palais Garnier...
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Tenho consulta marcada para as 19:30h...
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Enfim, vidas...
Soneca

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Crónicas da Nhanhya (Capítulo Segundo)

Ore vive!
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Neste capítulo segundo venho contar-vos a minha maravilhosa prova de Formação Musical, que teve lugar já há dois dias, mas isto de se escrever nos computadores do Conservatoire impõe algumas restrições...
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Enfim, lá ia eu feliz da vida para o exame escrito que pensava ser às 12:30h, mas que afinal era às 12:45h... Pas grave, porque assim cheguei mais cedo... Enfim, a sala foi enchendo, enchendo, enchendo... Até que no fim já lá estavam para aí 150 pessoas, que, vim eu saber depois, eram TODOS pianistas...
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Lá fui fazendo o exame, os senhores parecia que tinham fogo no rabo, e se estava escrito que eram 15 segundos entre cada escuta, eles só davam 14. Eu, feliz da vida, ia fazendo tudo a lápis, porque no fim dos exames se dá sempre um tempinho para passar tudo a caneta... em Portugal! Cá o tempinho passa a tempinhozinho, e eu dei por mim a ser o último a entregar aquela trampe, ainda a faltar-me passar a limpo meio sistema do ditato melódico. E não foi bem entregar... Foi mais ser roubado!, visto que alguém, estando eu a passar tudo à pressa, me agarrou na folha... Puxava para um lado, eu puxava para o outro, até que ele puxou com mais força e pronto, foi assim!... Foi preciso chegar a França para ter pela primeira vez um teste tirado das mãos... Experimentar novas sensações, enfim...!
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Ainda meio transtornado pelo episódio, vim dar uma volta enquanto esperava pela Prova Oral, que no meu cérebro tudo indicava ser às 14:45h... Bom, ia eu descansado da vida quando me lembrei que talvez fosse melhor confirmar a hora da prova... E no papel dizia 14:15h... E no meu relógio já eram 14:25h...
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Corri que nem um doudo (LOL) escada abaixo em direcção à Salle Chopin, onde era a prova, onde disse ao encaregado que ia para o exame... Ele olhou para mim com um ar reprovador a dizer "Mais vous êtes en retard... Quelle chance! Quelle chance!" porque ainda não tinham começado!...
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A prova oral foi uma comédia... Deram-me 3 minutos para estudar, numa sala com um piano fechado com duas tiras de fita-cola, para não podermos tocar o lied! Quando cheguei lá dentro para cantar, a senhora do júri dava notas certas por cima das minhas falhadas, parei para me dizerem para eu cantar mais forte, não cantei até ao fim, o pianista já se ria!... Uma autêntica tragicomédia franco-portuguesa! Ainda me deram 11 em 20 nessa parte da prova, não sei bem como...! Tenho, como disse (e bem!) o Mestre, de agradecer ao Senhor...
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Resultados finais: 75 em 100 (só precisava de 60), sendo que a escrita foram 44 em 60 e o resto façam as contas!
Em relação aos meus comparsas a maltratar, esquartejar e abater, somos agora um total de 124, para preencher cerca de 15 vagas... Destes, há 20 de olhos em bico (entre chineses, coreanos, japoneses e "singapurianos"), mas também cá há russos, espanhóis, alemães e por aí fora... Digam uma nacionalidade qualquer que eu encontro cá alguém de certeza!
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Quanto à banda sonora desta crónica, penso que não há nada melhor do que tentarem imaginar a minha fabulosa prestação naquela prova oral... Se houvesse gravação, poderíamos sem dúvida acrescentá-la ao CD da Tomasik que tem a Natália de Andrade!
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Au revoir!
Soneca

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Crónicas da Nhanhya (Livro Primeiro)

Ora viva caríssimos!!!

Antes de mais, peço desculpa pelos eventuais erros, mas isto é um teclado francês(!), il n'y a pas d'accenttoos, cedilhes e coisas quejandas nos locais habituais do teclado (algumas nem sequer existem!!!!!!!)! Não sabem o trabalho que me está a dar escrever nesta porquerie...

Está de chuve à Paris... Bom, por acaso não é bem assim... Está tanto frio por estes lados que nunca choveu, para já, só neva! Tout va branquinho, fantástico! E troveja também, mas só dá vontade de andar na rua e de ser estorricado mesmo debaixo de um qualquer bâtiment fabuloso...!

Et bon, Paris é um mundo diferente, mas isso vocês, se não sabem ainda, imaginam... O que não sabem é que, para começar, ainda no parque de estacionamento do aeroporto, se ouvem Concertos Brandeburgueses do nosso amigo Ribeiro...! No parque de estacionamento!!!
Em apenas 4 horas de estadia já consegui ouvir, EM DIRECTO, na France3 (que é o estilo RTPN, não é TVCabo), o Jarroussky a cantar, a Gastinel a tocar em duo com um guitarrista, o Alagna a dar uma entrevista num programa tipo tardes da Júlia, o Foster a dirigir (sim, O Foster... lembrei-me de Poster, porque o senhor parece uma galinha a dar às asas enquanto faz lá o serviço dele! Porquê a associação? Não sei...!)... Enfim...

Estou em casa da Dona Elisa, foram buscar-me ao aeroporto o senhor Antonino Neves e o senhor Ferreira. Portugueses!... mas sobre isto falamos depois!...

Os croissants são do melhor, as baguettes, bom, não há melhor!!! O Conservatório é um bicho lindo, moderníssimo, chiquérrimo, com cerca de 600 salas, incluindo mini-estúdios (um mini-estúdio não é mais que uma mini-sala para estudar sem janelas, paredes brancos todas a desfazerem-se, uma mega cortina para abafar o som e um piano vertical semi-rasco, nunca rasco porque estamos em Paris), cerca de 10 auditórios pequeninos (do tamanho do nosso Saloon) que são só para ensaios, Bibliotecas (3), Mediatecas (2, com TUDO o que podem imaginar), salas pequenas, salas médias, salas redondas, salas boas, salas para isto, salas para aquilo... Ainda não vi os auditórios grandes, mas amanhã acho que vai haver um concerto...

Quanto a concertos... Bom, acho que é melhor contar depois, que isto já vai grande...

Assim vos deixo, com um à bientôt, mais non trop tôt...!

Soneca

PS: Cenas dos próximos capítulos incluem a minha maravilhosa prestação no exame de Formação Musical...

PS2: Cenas dos próximos capítulos incluem a maravilhosa programação televisiva francesa, nomeadamente os programas da manhã e os da noite...

PS3: Cenas dos próximos capítulos incluem a minha maravilhosa adapatação àS casaS-de-banho francesaS (literalmente S) e à comida da cantina cá do sítio!!!

PSP: Todos este texto foi escrito durante uma hora e meia com a banda sonora ininterrupta de um labrego qualquer que está dois andares acima a tocar o estudo op25 n11 e o Andante Spianato do amigo Chopin deste que me sentei ao computador... Vidas...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Para soneca


Querido soneca,


Venho por este meio informar lo que estaremos todos aqui em Lisboa city a torcer por si. Tem que nos comunicar o dia e o horario certo das provas, para nós estarmos todos bem juntinhos e pararmos o conservas para toda a gente estar a pensar em ti, até a dona Elisa e o Sr. Jorge.


Boa sorte soneca, os franceses vão ficar de boca aberta com a tua interpretação da Clotilde Rosa e vai ser que os vais conquistar!


Bisous mama




Zangado

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Para o cronista Mestre

Caro,

Morreu?
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Então e a parte III?
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Aquela que realmente interessa?
...
A da fantástica viagem de comboio???
...
Vá...

Soneca

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A magnífica passagem d'ano no Porto e o seu surreal e hediondo poslúdio - II

Retomemos, então, a nossa aventura.
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Chegados a casa, fez-se o jantar enquanto se punha a mesa e se ouvia Laryssa no youtube - talvez por isso, analisando bem, se tenha feito jantar a mais, que veio a sobrar...
Depois de bem comidos - pelo menos assim o espero... - e bem bebidos, instalámo-nos no sofá a ver televisão, esperando pela meia-noite. Tão agradável era a todos a companhia, que quando começou o counting-down ainda estávamos calmamente repimpados no sofá. Toca de dar um pulo para conseguir rasgar a tempo os cuidadosos embrulhos de doze passas que tão simpaticamente foram feitos pela mãe do Atchim, toca de tentar abrir o espumante, toca de jogar as passas à boca, cada um à sua maneira, toca de encher os copos e brindar. O Soneca foi a correr vomitar a passaria que lhe tinha entrado pela boca dentro. A Feliz fazia das passas comprimidos ao engoli-las com o espumante, sem as mastigar, na náusea que a fruta - menos a maçã verde, diga-se - lhe traz; e meia hora depois ainda tentava engolir mais umas quantas. Eu enfiei as passas todas de uma vez e fiquei muito surpreendido ao reparar que eram passas a sério - com grainhas! Como o Atchim comeu as passas não reparei; talvez normalissimamente, já que nem se deu por isso.
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Feita a nossa entrada em 2010, estava na hora de chamar um táxi que nos levasse até aos Aliados, para ver o que restava do espectáculo do Emanuel e os fogos-de-artifício. Eram duas e tal e nós à espera que houvesse táxis vagos. Entretanto, e como nunca mais se conseguia arranjar nenhum - e com os coleguinhas orquestrais da Feliz a desafiá-la para umas bezanas - pusémo-nos a ver vídeos no youtube. As famosas cenas da Disney dobradas em brasileiro de beco: Cindêrèlla, drôgàda e prôstxitùtá, Poucárrôupá, eu sô p__a, o qué qui têim?, e outros mais. O Atchim, sempre na senda do ensino e luta contra o analfabetismo, mostrou-nos o vídeo de onde saiu a mais famosa frase desta estadia: "Ái qui sústo!". Um inesquecível excerto de um programa brasileiro que trata assuntos da intimidade dos casais e um verdadeiro manual ilustrado, demonstrado e vivo do "faça por você mesmo, com o nosso auxílio". "Bêim lambuzádjinhô!". O melhor será não nos determos mais sobre este assunto, não vá destruir o carácter sério da presente narração.
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Finalmente conseguimos chamar um táxi até à Foz, e lá foi a Troupe para a Avenida dos Aliados. Escusado será dizer que, quando lá chegámos, do Emanuel já só havia a barraca e da festa a garrafaria no chão aos ponta-pés. Toneladas de bêbedos e o chão todo lambuzado. Fartámo-nos de andar para cima e para baixo, debaixo de chuva intermitente, para que o Atchim pudesse cumprimentar uma sua amiga e, por fim, lá decidimos subir a Avenida de vez, rumo à Cedofeita. Ao cimo dos Aliados, Ái qui sústo!, rebentou um último morteiro que devia ter estado à nossa espera, mas que nos fez quase atirar ao chão. Chegados à Praça da República, não sei a que propósito, lembrámo-nos da nossa querida Maddie. Se não fosse tão longe tínhamos ido bater-lhe à porta para participarmos na sua rave. Certamente estava vestida de vermelho, com uma faixa e uma pluma na cabeça, quais loucos anos 20, com um colar de contas até aos joelhos, uma cigarrilha espetada numa boquilha de metro e meio numa mão e uma garrafa na outra, já mais para lá do que para cá, e com vontade de tocar uns hits do Emanuel no seu instrumento.
Descemos então a Álvares Cabral e demos com o barzeco onde estava a malta da MP a beber e a fazer mais não se sabe o quê, pois só a Feliz entrou para os cumprimentar e para tentar dissipar aquele epíteto de "anti-súci"; pobre Feliz, não lhe bastava o de "sole-mio", ainda lhe foram arranjar mais aquele; não há direito! Saída do antro, cuja entrada eram uns valentes 10 euros, voltámos à Praça e apanhámos um táxi para casa.
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De regresso ao lar, com mais umas quantas parvoíces no sofá, decidimo-nos, por fim, a ir dormir, por respeito à nossa Feliz que deveria levantar-se bem cedo para começar, logo pela manhã, a bulir nos últimos ensaios para o esperado concerto.
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E lá se passou a noite, entre apitos do autoclismo, vento a assobiar nas persianas, passos nos andares de cima e outro barulhos que não cheguei a identificar.
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[Continuaremos com a manhã (tarde) seguinte numa próxima oportunidade]
Mestre

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A magnífica passagem d'ano no Porto e o seu surreal e hediondo poslúdio - I

Mais uma vez, o Septeto Fantástico andou a jornadear; desta feita pela Invícta Cidade, e reduzido à 'Troupe' de Légues, o conhecido Sub-Quarteto-do-Septeto-Fantástico.
É verdade! Juntou-se o útil ao agradável no desejo de se assistir a um concertaço de Ano-Novo - dirigido por um dos 15 maiores maestros-vivos de todo o mundo - e de passarmos o Velho-Ano na disparatada e sempre prazeirosa companhia uns dos outros. Como atrás se disse, infelizmente não esteve junto todo o Septeto, mas, ainda que sentindo a sua falta, o tão nosso característico ritmo não perdeu intensidade.


A tentativa de narração desta inenarrável aventura não poderá começar logo no dia 30 visto que o presente narrador não se encontrava ainda nessa magnífica cidade. Estavam lá o Soneca - à espera na humilde casa do seu padrinho, localizada na chique Foz -, a Feliz - que preparava, sob a batuta desse Martin André, o concerto de dia 1 - e o Atchim - que nessa noite chegara, depois da aguardada gravação para a Antena 2, ocorrida na capital.


Depois de uma comum viagem de comboio, cheguei a São Bento alguns minutos depois das 15 horas do dia 31, onde me aguardavam o Atchim e o Soneca - que, por acaso, deviam ter-me já aguardado em Campanhã; todavia, e ao que parece, as conversas nocturnas de ambos não o permitiram. Creio que já passava das 16h quando nos decidimos a entrar na Guarany, nos Aliados, para almoçar.
Aguardávamos pelo almoço quando o Atchim foi distintamente cumprimentado por um seu conhecido, mas cujas palavras do cumprimento não posso aqui reproduzir, de tão distintas que foram... - afinal de contas, isto é um blogue familiar. Não tardou que chegassem as refeições, servidas por criados de 'libré' à marinheiro, com passadeiras douradas nas ombreiras e botões igualmente dourados, num ambiente de espelhos e luzes dos anos 30, que em tudo fazia lembrar o primeiro andamento da Sonata de Freitas Branco - como tão bem observou o Atchim, enquanto se deliciava com a sua posta mirandesa que não era mais que um mero bife, como tantos os que se vendem nos talhos de Lisboa. A ajudar ao caricato que era a farda dos empregados conjugada com os seus penteados quase-punk-mas-em-cor-natural, foi a resposta que um me deu, depois de eu ter perguntado que música é que estava a tocar de fundo:
- Eh pá, num te sei dizer, qu'isto são cenas q'a gente saca da net.

Findo o almoço, fomos gastar dinheiro em partituras para os lados dos Clérigos - já que em Lisboa não nos podemos dar a estes luxos - e sempre com o meu saco, que pesava chumbo graças a uma garrafa de espumante para o 'réveillon' e outras tantas coisas, pelas ruas da Baixa Portuense. Depois de andar de inho para o ar à procura de músicas, pusémo-nos a caminho da pensão-residencial César, na expectativa de encontrar a nossa Feliz já de regresso ao seu poiso. Como ainda lá não se encontrava, sentámo-nos no café em frente a aguardar.
Porque não um chocolate quente? - Vamos a isso! Quatro ou cinco variedades da espécie, cujos nomes não me lembro. Eu, como não poderia deixar de ser, pedi o negro.
- Só temos o primeiro. - disse a balconista.
Não querendo outro que não o negro, passei a minha vez ao Soneca e ao Atchim, que pediram esse dito primeiro da lista e que, viemos a confirmar, mais parecia a água de lavar a máquina dos chocolates-quentes.
Por começarem a fazer joguinhos com as luzes como quem diz "Ponha-se na rua que eu tenho que ir aquecer os pés ao meu marido e fazer-lhe as papas para o jantar!", não tivemos outro remédio se não ir para a rua. Felizmente que a Feliz apareceu logo e, depois de tirar as coisas do quarto, pusemo-nos em marcha até um supermercado para comprar o jantar.

[Como a tentativa de narrativa já vai longa, farei aqui uma pausa, antes dos acontecimentos que de mais perto antecedem a passagem d'ano. Esperem pelo resto...]

Mestre