E a saga continua...
De volta a Aveiro, já passava da meia-noite (já era, portanto, dia 28...), retiram-se os três artistas para o cubículo do JP. Sim, cubículo... Até se podia considerar como quarto, mas se lá dormisse apenas uma pessoa... Para dormirem três era, sem dúvida, um cubículo!... Ainda assim, um cubículo de alta segurança, já que só alguns conseguiam abrir a porta de entrada... Citando fontes seguras, "...é preciso ter muito jeitinho de mãos para abrir esta porta..."... O certo é que conseguimos entrar. Não se revelará quem tem jeito ou não, pelo menos nesta ocasião...
Já lá dentro, todos acomodados como permitiu a Lei do Reduzido Espaço, tivémos o nosso Momento Chá da Odisseia. O chá era de Verbena, especial de corrida, comprado ainda na parte I desta aventura, em Espinho, e foi feito na cafeteira eléctrica do JP... Eu e a Catarina lá o bebemos nos copos de plástico, o que motivou o berro da noite, obviamente devido à já tardia hora e à derivada falta de um julgamento mental correcto das situações:
- "Toma o copo... Não é melhor pegares em dois ou três?"- diz ela.
- "Obrigado. Não, não é preciso, um copo chega!" - diz ele.
- "De certeza? Não te vais queimar?" - diz ela, com aquele ar de quem sabe exactamente o que vai acontecer a seguir...
- "Não, ele não está assim tão quentAAAAAHHHHHHHHHHHHHH!"...
O JP estava a beber o chá na chávena dele, que tinha o (anão) Zangado... Mas ele, de Zangado, não tinha nada. estava mais Atchim... Segurava a chávena com as duas mãos, de ombros encolhidos, a olhar para o tecto e para as paredes, fiscalizando e temendo o mínimo ameaçador sinal de melgas no quarto... Devido a esta preocupação extremamente grave, e que a todos nos aflige e amedronta a dada altura da nossa vida, dormimos com as janelas completamente fechadas (como já foi dito, num cubículo, os três, sem qualquer tipo de ar condicionado ou coisa parecida). Poder-se-ia dizer que, de manhã, estava quentinho...
Antes da manhã, porém, ainda muito há para contar!
Instalados Os Três, a menina dormiu na cama, demonstrando o JP, como sempre, o seu inalienável cavalheirismo, e nós os dois dormimos no chão. Obviamente, como prolongamento da luta de "fetiches cócego-joelhais", eu dormi entre os dois titãs, como maneira de assegurar tréguas durante a noite... O JP tinha de adormecer rapidamente, porque o ensaio na manhã seguinte era cedíssimo... Logo desatámos todos à conversa!...
De seguida, apresento um apanhado de episódios sobre os quais fomos falando:
Pronto, admito... Todas estas conversas não ocorreram necessariamente nesta altura... Mas, tanto por, sinceramente, eu já não me lembrar bem onde elas ocorreram, bem como pela sua versatilidade espacial lhes permitir terem sido conversadas em qualquer sítio, como ainda por haver espaço neste momento da crónica para as contar, aqui ficam...
- Episódio 1 - Por falar em menina, cito de seguida uma sábia professora do Conservatório Nacional: "Os violoncelistas ganham a vida de perna aberta.". A Catarina, assim sendo, não se fez rogada de palavras, e também ela afirmou ganhar a vida de perna aberta. Como tal, de menina passou a lady, porque gaja (como queria o JP que ela ficasse, não tem élan). Como o cargo de menina ficou vago, e o JP tem medo de melgas...
- Episódio 2 - É o élan. Já todos sabemos o que é... Se não sabem, descubram!
- Episódio 3 - Sem referir nomes, e utilizando o famoso e útil eufemismo, pusemos, a certa altura (desta vez sei que foi na viagem de carro), a possibilidade, ainda que remota, de haver seres humanos com capacidades malabarísticas e musicais suficientemente apuradas para, de maneira idêntica à colocação da voz, colocar os gases intrínsecos aquando da sua expulsão para o exterior de forma a, digamos, trautear, por exemplo, uma bela canção. Obviamente, como meticulosos que somos nos nossos projectos, pensámos em todas as possibilidades, concluindo rapidamente que a probabilidade de este fenómeno existir é elevada. Mais ainda concluímos que, ao juntar dois destes felizes contemplados com esta magnieficiente dádiva, existe a possibilidade de ocorrer o fenómeno de "vibração por simpatia", formando sons harmónicos.
AVISO: Advertimos o leitor para, desde já, não tentar nada disto em casa. É perigoso! Há que nascer já com o dom... Não se preocupe, se o tiver, este já se terá, com certeza, manifestado...
- Episódio 4 - "Canta siexy, joga bonito", aglutinando a famosa máxima do canto lírico com a também ela famosa máxima do futebol moderno. (Já imaginaram um cantor futebolista?)
- Episódio 5 - Roupa de dormir... À Catarina faltou-lhe o pijama sexy, mas, de facto, "não vinha para cá engatar...". Apresento igualmente o leitmotif da noite: "pirilampos, parasitas e cuecas que brilham no escuro". Pirilampos, porque sim. Parasitas, porque não? Cuecas que brilham no escuro porque o JP estava orgulhoso das dele...
- Episódio 6 - (sem dúvida no carro...) Episódio de iniciação à Verónica, que conhecerão no próximo capítulo... quem será esta Verónica, de quem o JP tanto fala, que lhe rouba o pequeno-almoço e lhe pede boleia para os ensaios?
Ainda antes de adormecer, houve de facto pensamentos conscientes sobre salsichas. Grandes e vermelhas. Que foram as almofadas onde eu e o JP dormimos, devidamente separados segundo uma distribuição não-Davidiana (para informações, não hesite em perguntar!). Ou melhor, ele dormiu e eu tentei... Há quem diga que eu dormia, até profundamente (demais!) mas, em boa verdade vos digo, só me lembro do som sempre aconhegante do sistema de rega às 4h, 5h, 6h e 7h da manhã...
(end of II),
Duarte
terça-feira, 4 de agosto de 2009
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6 comentários:
Estamos cada vez melhor, não é?
Pelo que vejo, parece-me que a derradeira parte da aventura vai ser ainda mais explosiva!
Depois deste crescendo, tem mesmo de haver um colossal clímax na 3ª parte...
Saudações,
Mestre
(Informo os leitores de que a ordem das minhas referências a este post é aleatória e não cronológica. Bem haja!)
Ponto 1 - Eu não disse que não ia para o engate! Disse que vocês não mereciam pijama sexy!!
Ponto 2 - "estava quentinho", Duarte?! Eu acho que quando acordamos não estava nada quentinho nem cheirava nada (!!!) a corpo, deves estar a fazer confusão.
Ponto 3 - em relação aos copos de plástico, são muitos anos a virar frangos. Vocês subestimam a minha profunda (e quase infinita) sabedoria e depois admiram-se...
Ponto 4- passo a reproduzir um bocadinho da conversa antes de dormir:
JP- Epa, calem-se, que eu amanhã tenho ensaio com orquestra às 10h!!
Cat- Ihihih tá bem, tá bem... Boa noite, meus queridos!
Dudas- Boa noite!
Cat- Boa noite!
Dudas- ' noite!
...
...
Cat e Dudas-Pfffpfffpfff AHAHAHAHA!!!!!
XD
A Parte III promete! Can't wait!!
Beijo ao cronista (muito, muito bem!),
Feliz
antes demais ressalvo que já descobri qual é o jeito necessário para abrir a porta: o truque é não segurar nem puxar a maçaneta da porta não sendo, portanto uma questão de jeito. no entanto não quero com isto dizer q não haja pessoas com jeito, poderá é ser para outras coisas...
OMBROS ENCOLHIDOS??!?!?! n achas q estas a reparar um pouquinho demais na minha pessoa...
quentinho e com a característica fragrância "l'odeur des corps"
"Como o cargo de menina ficou vago, e o JP tem medo de melgas..." n fui eu que gritei que nem uma menina quando se queimou com o chá...
atenção!!! aos incautos leitores aviso da existência de uma errata! de facto a minha roupa interior tinha brilho, mas n eram de todo cuecas, mas sim boxers!!
desculpa, mas eu n dormi com nenhuma salsicha vermelha, eu tinha almofada (a minha) porque, efectivamente, o meu cavalheirismo tem alguns limites...
ainda de notar que nós, de facto, n dormimos separados. inclusivamente cheguei a sentir um pé seu roçar promiscuamente o meu... RSRS
abraços a tds e bjs a alguns
atchim
LOL pois...
Rectifico e informo já, caríssimos, que fui eu quem dormiu com a outra salsicha. No entanto, como a dita se veio a tornar num incómodo, atirei-a para cima do insone menino Duarte que, coitado, lá se arrumou como pôde.
E assim (é que) foi, entre ressonos, gemidos e respirações sonoras.
Antes de mais, peço mais uma vez desculpa pelas imprecisões, erros e faltas de memória, mas isto de ser cronista tem que se lhe diga, e eu ainda só estou no início...
Depois, um grande bem-haja para a Lady Feliz, que conseguiu reproduzir irrepreensivelmente a nossa conversa antes de adormecer! Brava!
Em relação a erratas:
- Confirmo que, de facto, o JP dormiu de boxers. No entanto, o leitmotif é mesmo com cuecas, vá-se lá saber porquê...
- Estavas com os ombros encolhidos ou não? ;P
- Note-se que o meu grito ao queimar-me com o chá não foi um simples acto de histeria, mas sim uma forma extremamente descritiva e masculina de exprimir a minha dor... Ainda por cima, penso que a dormir consegui fazer mais barulho... (mas isso é outra história, que faz parte dos "ressonos, gemidos, e respirações sonoras"!)
- E, por fim, confirma-se que eu dormi, de facto, rodeado de salsichas, mas fui eu que senti o pé do JP, e não o contrário... XD
Tenho dito.
Cumprimentos variados!
Soneca
Depois de saber que o cargo de menina passou a ser ocupado pelo JP e que existiu, de facto (e confirmado por ambas as partes), contacto físico entre ele o Dudas durante o (suposto) sono, tenho a dizer que neste momento afirmo precisamente que a distribuição que vos separou foi a... ora,... 2+2... "não-Davidiana"!
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