sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Crónicas da Nhanhya (Capítulo Segundo)

Ore vive!
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Neste capítulo segundo venho contar-vos a minha maravilhosa prova de Formação Musical, que teve lugar já há dois dias, mas isto de se escrever nos computadores do Conservatoire impõe algumas restrições...
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Enfim, lá ia eu feliz da vida para o exame escrito que pensava ser às 12:30h, mas que afinal era às 12:45h... Pas grave, porque assim cheguei mais cedo... Enfim, a sala foi enchendo, enchendo, enchendo... Até que no fim já lá estavam para aí 150 pessoas, que, vim eu saber depois, eram TODOS pianistas...
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Lá fui fazendo o exame, os senhores parecia que tinham fogo no rabo, e se estava escrito que eram 15 segundos entre cada escuta, eles só davam 14. Eu, feliz da vida, ia fazendo tudo a lápis, porque no fim dos exames se dá sempre um tempinho para passar tudo a caneta... em Portugal! Cá o tempinho passa a tempinhozinho, e eu dei por mim a ser o último a entregar aquela trampe, ainda a faltar-me passar a limpo meio sistema do ditato melódico. E não foi bem entregar... Foi mais ser roubado!, visto que alguém, estando eu a passar tudo à pressa, me agarrou na folha... Puxava para um lado, eu puxava para o outro, até que ele puxou com mais força e pronto, foi assim!... Foi preciso chegar a França para ter pela primeira vez um teste tirado das mãos... Experimentar novas sensações, enfim...!
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Ainda meio transtornado pelo episódio, vim dar uma volta enquanto esperava pela Prova Oral, que no meu cérebro tudo indicava ser às 14:45h... Bom, ia eu descansado da vida quando me lembrei que talvez fosse melhor confirmar a hora da prova... E no papel dizia 14:15h... E no meu relógio já eram 14:25h...
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Corri que nem um doudo (LOL) escada abaixo em direcção à Salle Chopin, onde era a prova, onde disse ao encaregado que ia para o exame... Ele olhou para mim com um ar reprovador a dizer "Mais vous êtes en retard... Quelle chance! Quelle chance!" porque ainda não tinham começado!...
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A prova oral foi uma comédia... Deram-me 3 minutos para estudar, numa sala com um piano fechado com duas tiras de fita-cola, para não podermos tocar o lied! Quando cheguei lá dentro para cantar, a senhora do júri dava notas certas por cima das minhas falhadas, parei para me dizerem para eu cantar mais forte, não cantei até ao fim, o pianista já se ria!... Uma autêntica tragicomédia franco-portuguesa! Ainda me deram 11 em 20 nessa parte da prova, não sei bem como...! Tenho, como disse (e bem!) o Mestre, de agradecer ao Senhor...
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Resultados finais: 75 em 100 (só precisava de 60), sendo que a escrita foram 44 em 60 e o resto façam as contas!
Em relação aos meus comparsas a maltratar, esquartejar e abater, somos agora um total de 124, para preencher cerca de 15 vagas... Destes, há 20 de olhos em bico (entre chineses, coreanos, japoneses e "singapurianos"), mas também cá há russos, espanhóis, alemães e por aí fora... Digam uma nacionalidade qualquer que eu encontro cá alguém de certeza!
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Quanto à banda sonora desta crónica, penso que não há nada melhor do que tentarem imaginar a minha fabulosa prestação naquela prova oral... Se houvesse gravação, poderíamos sem dúvida acrescentá-la ao CD da Tomasik que tem a Natália de Andrade!
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Au revoir!
Soneca

4 comentários:

Guerreiro Cardoso disse...

Então e o lied era de quem? Só falta dizeres que era de kodàly - como eu tive uma vez um!... - ou, pior, de weberN!

E está a ver como a Providência tem sempre dedo em tudo? - e ainda bem!

Bon séjour à la Ville-Lumière, DouDou!

Teresa Zangado disse...

Muito bem, sr duartxi estou muito orgulhosa de si. Agora tem que se concentrar na clotilde rosa, para abater os seus concorrentes chinocas e coreanos.

Bisous

Guerreiro Cardoso disse...

Sim! A Menina Zangado tem toda a razão! Pq clotildes rosas não sabem eles tocar. Vai ser a prova de fogo!
E quando é o próximo aperto de estômago?

Soneca disse...

Prochaine Jeudi, 18 Fèvrier...

A Clotilde deve estar orgulhosa de mim! Já só me falta decorar o último fragmento... LOL

Quanto ao lied, já não me lembro de quem era, mas tinha cara de Gounod... Gounod destruído, claro...