segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A magnífica passagem d'ano no Porto e o seu surreal e hediondo poslúdio - I

Mais uma vez, o Septeto Fantástico andou a jornadear; desta feita pela Invícta Cidade, e reduzido à 'Troupe' de Légues, o conhecido Sub-Quarteto-do-Septeto-Fantástico.
É verdade! Juntou-se o útil ao agradável no desejo de se assistir a um concertaço de Ano-Novo - dirigido por um dos 15 maiores maestros-vivos de todo o mundo - e de passarmos o Velho-Ano na disparatada e sempre prazeirosa companhia uns dos outros. Como atrás se disse, infelizmente não esteve junto todo o Septeto, mas, ainda que sentindo a sua falta, o tão nosso característico ritmo não perdeu intensidade.


A tentativa de narração desta inenarrável aventura não poderá começar logo no dia 30 visto que o presente narrador não se encontrava ainda nessa magnífica cidade. Estavam lá o Soneca - à espera na humilde casa do seu padrinho, localizada na chique Foz -, a Feliz - que preparava, sob a batuta desse Martin André, o concerto de dia 1 - e o Atchim - que nessa noite chegara, depois da aguardada gravação para a Antena 2, ocorrida na capital.


Depois de uma comum viagem de comboio, cheguei a São Bento alguns minutos depois das 15 horas do dia 31, onde me aguardavam o Atchim e o Soneca - que, por acaso, deviam ter-me já aguardado em Campanhã; todavia, e ao que parece, as conversas nocturnas de ambos não o permitiram. Creio que já passava das 16h quando nos decidimos a entrar na Guarany, nos Aliados, para almoçar.
Aguardávamos pelo almoço quando o Atchim foi distintamente cumprimentado por um seu conhecido, mas cujas palavras do cumprimento não posso aqui reproduzir, de tão distintas que foram... - afinal de contas, isto é um blogue familiar. Não tardou que chegassem as refeições, servidas por criados de 'libré' à marinheiro, com passadeiras douradas nas ombreiras e botões igualmente dourados, num ambiente de espelhos e luzes dos anos 30, que em tudo fazia lembrar o primeiro andamento da Sonata de Freitas Branco - como tão bem observou o Atchim, enquanto se deliciava com a sua posta mirandesa que não era mais que um mero bife, como tantos os que se vendem nos talhos de Lisboa. A ajudar ao caricato que era a farda dos empregados conjugada com os seus penteados quase-punk-mas-em-cor-natural, foi a resposta que um me deu, depois de eu ter perguntado que música é que estava a tocar de fundo:
- Eh pá, num te sei dizer, qu'isto são cenas q'a gente saca da net.

Findo o almoço, fomos gastar dinheiro em partituras para os lados dos Clérigos - já que em Lisboa não nos podemos dar a estes luxos - e sempre com o meu saco, que pesava chumbo graças a uma garrafa de espumante para o 'réveillon' e outras tantas coisas, pelas ruas da Baixa Portuense. Depois de andar de inho para o ar à procura de músicas, pusémo-nos a caminho da pensão-residencial César, na expectativa de encontrar a nossa Feliz já de regresso ao seu poiso. Como ainda lá não se encontrava, sentámo-nos no café em frente a aguardar.
Porque não um chocolate quente? - Vamos a isso! Quatro ou cinco variedades da espécie, cujos nomes não me lembro. Eu, como não poderia deixar de ser, pedi o negro.
- Só temos o primeiro. - disse a balconista.
Não querendo outro que não o negro, passei a minha vez ao Soneca e ao Atchim, que pediram esse dito primeiro da lista e que, viemos a confirmar, mais parecia a água de lavar a máquina dos chocolates-quentes.
Por começarem a fazer joguinhos com as luzes como quem diz "Ponha-se na rua que eu tenho que ir aquecer os pés ao meu marido e fazer-lhe as papas para o jantar!", não tivemos outro remédio se não ir para a rua. Felizmente que a Feliz apareceu logo e, depois de tirar as coisas do quarto, pusemo-nos em marcha até um supermercado para comprar o jantar.

[Como a tentativa de narrativa já vai longa, farei aqui uma pausa, antes dos acontecimentos que de mais perto antecedem a passagem d'ano. Esperem pelo resto...]

Mestre

1 comentário:

Soneca disse...

Correcção Importante!!!

Eu não tenho padrinho, apenas Tios em Segunda Mão, já que nem em Primeira os tenho...

Acabei de descobrir uma possibilidade... Será que Martins André se considera um dos 15 maiores do mundo, querendo com isto falar da sua estatura maximal e da sua banha descomunal?

Fica a questão...